segunda-feira, 19 de abril de 2010

Preservar a cultura avieira


«Nómadas do rio, como os ciganos na terra, tinham vindo da Praia da Vieira e faziam vida à parte: chamavam-lhes avieiros. Nunca ouvira falar de semelhante gente.» Alves Redol (1911-1969).
Os avieiros eram pescadores que demandavam o Tejo em busca de alimento. Fixavam-se ao longo do rio, no barco que lhes servia de habitação durante aqueles meses. Depois, uns regressavam a Vieira de Leiria, outros não. Com o passar do tempo, os barcos foram sendo substituídos por casas, construídas sobre estacas de madeira prevendo as cheias do rio Tejo.
Hoje, o Tejo já não é um “jardim” de peixe e os avieiros que perduram contam-se quase pelos dedos das mãos. Alguns deles são já reformados de outras profissões, mas persistem teimosamente em não deixar perder esta tradição e em transmiti-la aos filhos, numas quantas aldeias da beira-rio. Ainda existe oito aldeias avieiras Lezirão, Escaroupim, Palhota, Caneiras, Faias, Barreira da Bica, Patacão e Azinhaga que estão inseridas no Projecto de Candidatura da Cultura Avieira a Património Nacional.

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